EM ITATIAIUÇU - Um médico para cada 1.852 habitantes

EM ITATIAIUÇU - Um médico para cada 1.852 habitantes

O Conselho Federal de Medicina - CFM divulgou, nesta semana, o estudo de Demografia Médica referente aos dados de 2025 e relativos ao crescimento do número de profissionais em todo o país. O Brasil possui, no total, 635.706 médicos, uma média de 2,98 profissionais por mil habitantes.  Conforme preconiza a OCDE, o número ideal seria de 3,7 médicos por mil habitantes. Minas Gerais está bem próximo do índice ideal, com 3,49 médicos por mil habitantes, mas abaixo dos estados do Rio de Janeiro (4,2) e São Paulo (3,76), na região Sudeste.

Em Itatiaiuçu, conforme levantamento realizado pela reportagem, o número de médicos registrados no CRM-MG e com atuação no município chega a 7 profissionais, o que significa 1 médico para cada 1.852 habitantes. Isso deixa o município abaixo da média nacional e muito abaixo da média estadual. 

Calculando em uma população de 12.966 habitantes, conforme dados do IBGE, Itatiaiuçu tem 0,54 médicos por mil habitantes. Para alcançar a média necessária, considerando a população da cidade, o município deveria ter aproximadamente hoje 48 médicos para atender à recomendação da OCDE.

Realidade da saúde

A falta de médicos suficientes é um dos principais desafios na área da saúde em todo o país e impacta no desempenho e desenvolvimento na área. Essa relação de médicos por habitantes pode explicar, por exemplo, a deficiência no atendimento à população em diferentes municípios. É preciso buscar a ampliação no número de profissionais à disposição, conforme especialistas da área. 

Além da valorização dos profissionais, fatores como oferta de condições de trabalho nas unidades de saúde e a organização da rotina de trabalho são problemas e lacunas que dificultam a realidade da saúde no país, levando, inclusive, na maioria das vezes, os profissionais a procurarem trabalho em outras cidades.

Atualmente, a população de Itatiaiuçu é atendida pela policlínica, mas também pelo pronto-socorro do Hospital Manoel Gonçalves de Souza, de Itaúna, que atende casos emergenciais da microrregião de saúde (Itaúna, Itatiaiuçu, Itaguara e Piracema).

A nova policlínica também está sendo construída pelo Município de Itatiaiuçu, o que gera expectativas de que mais médicos sejam contratados, colocando mais profissionais à disposição da população, o que pode aumentar a média na cidade.

Distribuição desigual

Apesar do crescimento, a distribuição no território nacional é desigual. O levantamento mostra que 48 cidades com mais de 500 mil habitantes concentram 31% da população brasileira e 58% dos médicos em atividade em todo o território nacional. Ao mesmo tempo, 4.895 cidades com menos de 50 mil habitantes e que também concentram 31% da população brasileira contam com apenas 8% destes profissionais.

O percentual de especialistas em relação ao total de médicos varia de 72,2% no Distrito Federal e 67,9% no Rio Grande do Sul a 46,5% em Rondônia e 45,1% no Piauí.  A região Sudeste concentra 55,4% de todos os médicos especialistas, seguida pelas regiões Sul (16,7%), Nordeste (14,5%), Centro-Oeste (7,5%) e Norte (5,9%).

Mulheres são maioria 

Ainda de acordo com o estudo, pela primeira vez, as mulheres se tornaram maioria entre os médicos no Brasil, representando 50,9% do total de profissionais em 2025. Esse aumento é expressivo em comparação com 2010, quando elas correspondiam a 41% da população médica. As projeções indicam que, até 2035, as mulheres serão 56% do total de médicos no país.

O número de mulheres matriculadas nos cursos de graduação subiu de 53,7% em 2010 para 61,8% em 2023. Entretanto, elas predominam em apenas 20 das 55 especialidades médicas, liderando a Dermatologia, com 80,6% das mulheres.

Formação e distribuição dos especialistas 

A pesquisa mostra ainda que, em 2024, o país contava com 353.287 médicos especialistas, o que representa 59,1% do total de médicos registrados. Os demais 244.141 (40,9%) eram generalistas, graduados em medicina, mas sem título de especialista.  Entre as 55 especialidades regulamentadas no Brasil, sete delas concentram 50,6% do total de especialistas: Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Anestesiologia, Cardiologia e Ortopedia e Traumatologia. Entre os médicos especialistas, a maioria (79,1%) possui um título, enquanto 20,9% acumulam dois ou mais títulos em diferentes especialidades.