Ser mãe cada vez mais tarde. Essa é a opção na cidade
Brasil registra queda no número de nascimentos, mas aumento no número de mulheres que se tornam mães depois dos 40 anos

Nos últimos anos, o número de mulheres que optam por ser mães em idades mais avançadas tem crescido significativamente. Esta mudança é fruto de diversas transformações sociais, culturais e econômicas que influenciam as decisões reprodutivas das mulheres. Conforme dados do IBGE, entre 2018 e 2023, a natalidade caiu 13%, mas cresceu 16,8% no grupo de mulheres com mais de 40 anos.
Os números mostram que o grupo de bebês nascidos de mães entre 40 e 49 anos foi o único que cresceu no período entre 2018 e 2022, indo de 90,9 mil em 2018 para 106,1 mil em 2022.
Nas demais idades, pode-se observar uma queda. Somente em 2022, o Brasil registrou uma queda de 3,5% no número de nascimentos (2.542.298) em relação ao registrado em 2021 (2.635.854) e 10,8% abaixo da média dos dez anos antes da pandemia de Covid-19, de 2010 a 2019 (2.850.430). Essa é a quarta redução consecutiva nos nascimentos registrados, que atingiram o menor patamar desde 1977, ou seja, o menor número de nascimentos em 45 anos.
De acordo com a tabela do IBGE, entre 2021 e 2022, houve queda no número de mulheres que se tornaram mães com idade entre 15 e 19 anos. O número ou de 331.433 em 2021 para 293.391 em 2022, uma redução de cerca de 11%.
Ou seja, além da redução da taxa de natalidade, as mulheres estão se tornando mães cada vez mais velhas e essa tendência segue em Itatiaiuçu, que teve uma redução ainda maior no número de nascimentos em comparação com a média brasileira.
No total, foram apontados 122 nascimentos em 2022. Em 2021, foram registrados 131 bebês, uma queda de 6,87%, porcentagem que é 3,37% superior ao total do país. Dessa quantidade de nascimentos, apenas 11 foram de mães com idade de 15 a 19 anos e outras 26 com idade entre 20 e 24 anos. Enquanto isso, 64 mulheres foram mães com idade entre 25 e 29 anos (32 nascimentos) e idade de 30 a 34 anos (32 nascimentos).
Com uma diferença de apenas um ano, esse cenário mudou, visto que, em 2021, 21 mulheres foram mães entre 15 e 19 anos e outras 34 foram mães entre 20 e 24 anos. Outras 32 foram mães entre 25 e 29 anos e outras 24 entre 30 e 34 anos.
Ou seja, a redução de mães antes dos 20 anos foi de quase 48% (47,61%) em apenas um ano, além de redução de 23% no número de mães na faixa de 20 a 24 anos. O número de mulheres que se tornaram mães aos 25 a 29 anos foi o mesmo, enquanto o número de mães com idade superior a 30 anos teve aumento de 33%.
Mudanças sociais e culturais
Modificação que é resultado de diversas transformações e mudança de mentalidade em relação ao papel feminino, que incluem o o cada vez maior à educação superior e aumento da participação feminina no mercado de trabalho. Ou seja, as mulheres estão investindo mais tempo nos estudos e desenvolvimento profissional, priorizando a estabilidade financeira antes de planejar uma família.
Outro fator significativo é a disponibilidade de métodos contraceptivos eficazes, o que possibilita um planejamento familiar mais preciso. Em relação à maternidade tardia, os avanços na medicina reprodutiva, como tratamentos de fertilidade e técnicas de reprodução assistida, permitem que as mulheres se tornem mães em idades mais avançadas do que antes era possível.
Por fim, com as mudanças culturais e sociais, as mulheres conquistaram maior liberdade e autonomia para decidir sobre o desejo de ser mãe ou não.