CNM aponta falta de vacinas de catapora e covid

Uma pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgada no final de dezembro, aponta a carência de vacinas do Calendário Nacional de Imunização, como catapora, covid-19 e coqueluche.
Em nota, o Ministério da Saúde rebateu os resultados e afirmou ter garantido atendimento a 100% das necessidades de todas as vacinas do calendário básico, exceto nos casos de desabastecimento global, que ocorreram por “problemas pontuais”. Porém, o comunicado também não afirmar se o desabastecimento decorre de problemas de gestão dos governos locais.
De acordo com a confederação, a pesquisa foi feita no período entre os dias 29 de novembro e 12 de dezembro de 2024. Os dados mostram que 65,8% de um total de 2.895 municípios analisados relataram ausência de imunizantes. A CNM diz ainda que os resultados do levantamento refletem o “cenário do momento da pesquisa”.
Os números especificam que 52,4% dos municípios analisados apontaram falta da vacina contra a catapora. O Ministério da Saúde informou que existe escassez mundial de matéria-prima, mas assegurou ter garantido todas as doses necessárias do imunizante após a contratação de três fornecedores. Para 2025, a pasta assegurou que eventuais problemas serão resolvidos ao longo do primeiro semestre.
O imunizante da covid-19 para adultos esteve em falta em 25,4% dos municípios, com média de 45 dias sem disponibilidade. A CNM lembra que a primeira semana de dezembro registrou alta de 60% nas notificações da doença no país, no maior nível desde março, com registro de 20.287 casos entre os dias 1° e 7 de dezembro.
A pasta informou que distribuiu 3,7 milhões de doses de vacina contra a covid-19, sendo que 503 mil foram efetivamente aplicadas, o que indica suficiência de doses em nível estadual. Para 2025, a pasta informou ter reforçado os estoques dos imunizantes.
Já a vacina tríplice, contra coqueluche, difteria e tétano, apresentou insuficiência em 18% dos municípios, com média de 60 dias em falta. Em 2024, os casos de coqueluche subiram quase 2.000% em relação a 2023, com 4.395 registros até 27 de novembro, a maioria no Paraná. No acumulado do ano, há 17 mortes, das quais 16 em crianças de menos de 1 ano.
Outra vacina que apresentou falta foi a vacina meningocócica C, contra a meningite do sorogrupo C, indisponível em 375 cidades (12,9%); da tetraviral, que combate o sarampo, a caxumba, a rubéola e a varicela, indisponível em 337 municípios (11,6%); e da febre amarela, indisponível em 280 municípios (9,7%).
O Ministério da Saúde informou ter estoques suficientes para os próximos seis meses das vacinas contra a meningite e a coqueluche.
Resposta
O ministério ressaltou que todas as grades de vacinas do calendário básico em dezembro foram enviadas aos estados e garante ter estoques para atender à demanda. Segundo a pasta, todo o processo é feito em parceria com os estados e de forma transparente. O comunicado destaca ainda que, desde 2023, as coberturas vacinais apresentam tendência de crescimento, resultado de ações como as campanhas de multivacinação realizadas em novembro.